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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

No front:



No front: É nestas horas, parado no ponto de onibus deserto, às tres da madrugada, completamente bêbado e sozinho é que eu me pegunto: 

- Sera que eu realmente existo ou isso tudo é uma piada de mau gosto? 

E a resposta me chega pela chuva que começa a cair, intensamente. 

Ela é uma bencao para qualque retirante.

Começo a rir até vomitar toda a noite passada.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

“Pra onde tenha Sol...É pra lá que eu vou...”




"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas...continuarei a escrever."
Clarice Lispector



Leva-se tempo para conseguir entender um sonho. Depois do tempo que leva, percebe-se que toda a explicação já não faz sentido. 

O único propósito de ter sonhado é o de te fazer seguir em frente. 

Digamos que você acorde de um sonho lindo, mas um sonho dentro de outro sonho. Porém você percebe que ainda esta em um sonho, mas não tão lindo como o de antes. Encontra uma estradinha que vai de você ao infinito para frente e o infinito para trás de você. A única certeza que você tem é a de caminhar para frente e pára nisso. Por que você só tem certeza onde fica a frente, pois acordou no próprio sonho virado para esta direção. E não adianta perguntar ao "Gato" qual o caminho certo. Ele vai dizer que para quem não sabe onde quer ir qualquer caminho serve. Então eu caminho “Pra onde tenha Sol...É pra lá que eu vou...” Mas o q vem é chuva. E eu cuidando de um cachorrinho que encontrei no caminho. Depois da chuva, lama; depois da lama o sol e em seguida poeira e suor. Os pés já não agüentam mais... o cão já tem um ano e meio. E você decide que ele deve seguir o caminho que tem vontade de ir.  Neste momento você para no meio da estrada, senta-se ao chão e chora por não se sabe ô que. E fica triste e com frio e não sabe o que está sentindo realmente. Quando decide voltar a caminhar os pés já não agüentam o peso do corpo de tanta dor. Você chora mais um pouco....fica triste...tem saudades dos primeiros passos; e do cachorrinho ;e do que sentia naquele momento. Então você percebe que esta chegando em algum lugar...e o lugar que você chega é o mesmo de onde havia partido antes. Neste momento você pára e dorme ou tenta dormir...o sono não vem...e você escreve isto que está sendo escrito no momento que se escreve...e toma a decisão de seguir em frente de acordo com o script. 

O roteiro de sua vida em sonho continua o mesmo e o que mudou foi Você, eu...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Saborosa Liberdade




Solange caminha pela ciclovia nesta manhã chuvosa. Caminha com senão quisesse voltar. Ela pensa no filhinho de um ano que deixou em casa logo depois de amamentar. Lembra da filhinha de dois e do mais velho de sei que precisa ir para a escola. Solange tem um ritual. Ela se faz bonita todos os dias antes de caminhar para se fazer bonita depois de caminhar. Modela os cabelos com creme em forma de cachos. Maquia-se com batom, lápis de olho e coloca no pescoço algumas gotas de seu melhor perfume e sai as cinco da manhã. Não importa como esteja o tempo. Frio, calor, nublado... ela apenas sai de casa. Neste dia ela queria perde algo mais do que os quilinhos ganhos depois da gravidez de seu ultimo filho. Pois isso não se importa em sair com o tempo feio. Não estava chovendo, mais parecia que o céu iria desabar. O que a faz sair neste dia era a angustia que tinha no coração. Queria que essa angústia saísse de seu corpo como o suor. Na noite anterior o marido de Solange havia chegado bêbado em casa, tarde da noite. Como era de se esperar, como em outras noites, a discussão começou. Cobranças, acusações e pressões... o marido sabia ser cruel quanto falava com Solange. Disse que ela estava feia e mal cuidada e que não merecia ter ele como marido. Palavras que machucaram tanto a Solange que se calou. Nem lagrima conseguiu sair de seu rosto. Ela não pregou os olhos à noite toda e saiu de manhã neste dia chuvoso.
Os primeiros passos foram tortuosos, vacilantes... mas ela continuou caminhando. Sem rumo seguiu em frente. Solange não era mais Solange... caminhava enquanto a chuva fina começa a cair. Ela não pára, segue em frente. O corpo e o espírito precisam ser libertos. Ela aumenta o passo gradativamente. E a chuva acompanha o passo de Solange e começa a cair mais forte. Os cachos de Solange se perdem com a força da chuva. E a maquiagem vai se desfazendo e manchando todo o seu rosto. Agora se misturam em sua boca a chuva, o suor e as lágrimas... ela corre com mais intensidade. A deusa protetora dos sonhos perdidos se enfurece junto com Solange e a tempestade aumenta. Trovões ecoam ao longe... Solange continua a correr. Sem pensar em como vai voltar... e corre; e corre; e corre....até parar exausta e cair de joelhos ao chão. Uma voz que vem da alma e se propaga no espaço como trovão: FODA-SE!!!
Como em uma orquestra harmonicamente ensaiada a cada “foda-se” que ela gritava, vinha acompanhada por um trovão. Ela gritou. As lágrimas cessaram e o tempo também. Ela disse Foda-se para todos os que não a achavam capaz. E gritou contra o próprio medo de ser feliz.
Pela primeira vez sentiu a liberdade que o tempo lhe roubara. Essa Saborosa Liberdade de ser feliz.

domingo, 31 de outubro de 2010

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

B612: Estrela..

Depois que se conhece um estrela em toda a sua luz, força, forma, doçura e beleza, tão de pertinho, fica impossível olhar-la da mesma forma da distante Terra. Deseja-se viver sempre perto. Ao alcance dos olhos e do coração.

domingo, 26 de setembro de 2010

B612: Antes que a noite termine....




"A noite acendeu as estrelas porque tinha medo da própria escuridão."
Mário Quintana


Antes que a noite termine...antes que pela correria cotidiana eu me esqueça de te dizer que és quem me faz ser melhor e é por quem perco o medo de ir em frente, de ultrapassar os desafios...de voar...

Tem dias que o dia passa muito rápido. Como o dia de hoje. E ao se perguntar o que foi feito, só se pensa no amanhã. Na próxima vez que verá um sonho ao real.

E no hoje, embora tenha se descoberto a cura da fome; se pintado a paz mundial ou se discutido sobre as questões universais que conduzem a alma humana, eu só penso no amanhã.. na luz dos olhos do amanhã...nos cabelos que balançam ao vento do amanhã...na beleza que transita entre os corredores incertos do amanhã...nas cores do amanhã...

E isso estremece todo o meu hoje.

sábado, 18 de setembro de 2010

B612: Um dia comum...


Ela quando caminha pelo corredor transforma tudo ao redor. Nada fica como sempre foi...o tempo pára como se estivesse encantado. O balanço do seu caminhar é ritmo e melodia do mar. Ondas que carregam em si a força de um oceano. Ela pára, olha pra frente...não para a porta de vidro; não para a janela ao lado da porta do banheiro; não para a paisagem que se modifica constantemente. Ela olha para o tempo...e ele, o tempo, cai em contentamento...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

B612: Um conversa que (quase nunca) existiu...

- Me dá um Abraço?

- Sim claro. Mas o porque do abraço?

- É uma forma de dividir vibrações com você. Tantos as mais alegres e felizes, quanto as mais tristes e angustiantes. Divide-se as vibrações, pois os dois corações batem como em um só. No mesmo compasso.

- Sempre escrevo textos e scraps com pensamentos para você né. Hoje eu quero fazer diferente. Vou te falar um pensamento que tive no finalzinho do expediente.

- E?!? Então fala:

Sou um  tipo de cara  que quando vê um incêndio em uma floresta corre até o rio para pegar um pouco de água. E mesmo que não encontre, balde, panela ou copo, pega um pouco de água  com as mãos e corre para apagar o fogo. Ainda que o rio esteja a 50 metros da árvore. A essa distância as mãos não conseguem reter água o suficiente para jogar. Ainda sim,  eu pego um pouco de água e caminho ate a árvore e mesmo não restando quantidade nenhuma, passo as mão molhadas no tronco. Faço isso não para apagar o fogo, é mais para aliviar um pouco o que a árvore esteja sentindo. Sei o quanto a árvore é  forte e que vai se sair bem deste incêndio, pois já houveram outros incendios em sua vida de planta. Trago nem que seja as mãos molhadas só para mostrar para ela que por maior que seja o incêndio, eu vou sempre estar  por perto acreditando em sua  força de árvore e queimando as mãos por ela se for preciso.”

- Bonito, mas não entendi.

- Você vai entender quando a primeira faísca  começar e você me encontrar lá, Flor.

domingo, 5 de setembro de 2010

...seus olhos de liberdade...



(...) seus olhos de liberdade que percebo em alguns momentos. Ao ver este seu olhar, me vem a cabeça a imagem daquele estrangeiro que esta perdido em uma terra distante, sem família, sem amigos.  Quando de repente encontra alguém  conhecido e muito querido na multidão de pessoas estranhas. 


Ou quando alguém realiza um sonho que de tão difícil, já havia esquecido. 


Ou quando você se sente muito triste pelos caminhos que a vida te leva e de forma inesperada recebe uma florzinha de uma criança que brinca em um parque de diversão a qual você nunca viu na vida. 


Ou quando consegue ver , em alguém muito especial, os seus olhos de liberdade do jeito que só você sabe ver.....


Olhos estes quase perfeitos. 


Olhos de sonho, de musa, de vento, de flor, de tempo, de mar, de eternidade...só seriam perfeito por completo, se fosses capturados em uma fotografia, ou impressos em um quadro ou eternizados em uma película de cinema. Então seriam perfeitos, universais e inspiradores. O que para mim já os são...

domingo, 29 de agosto de 2010





"Se alguém ama uma Flor da qual só existe um exemplar em milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla. E pensa: minha Flor está lá...em algum lugar..."


Antoine de Saint-Exupèry



domingo, 22 de agosto de 2010

No front: "Ela esta em todas coisas. Ate no vazio q me da quando vejo a tarde cair e ela nao esta." J.V. ;o)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Boa Noite Florzinha....

Anne Geddes


“Saudade é um dos sentimentos mais urgentes que existem.” 
(Clarice Lispector)


Que saudades que sinto da minha Florzinha.

Sementinha única e mais nova da minha Irmã-Flor.

Sinto falta das melodias com que ela me acordava. Às vezes o choro de fome, em outras vezes aquele risinho doce de Menina-Flor que preenchia todo espaço do meu despertar, e vez e outra, algumas palavrinhas indecifráveis que só o coração de mulher (mãe e irmã) conseguiam entender.

Esta saudade que sinto é como elástico preso ao coração. Quando estávamos juntas, eu a Menina-Flor e a Irmã-Flor sentia-nos relaxadas e completas.

Com a distância, a saudade puxa mais para perto, pois é no coração que ela mora. Parece que me falta um pedaço. Mesmo sabendo que somos completas. Mas a vida de flor não é fácil não. A difícil tarefa de perfumar o mundo e dar beleza aos olhos dos seres não revela que em algumas momentos estamos tão tristes e não nos sentimos  tão belas. E mesmo assim aos olhos das abelhas, borboletas e beija-flores somos encantadoras. Ainda que suportando duas ou três lagartas em nossas folhas. Isso me faz pensar na Flor-Poetisa que disse certa vez: "Aprendi com a primavera; a deixar-me cortar e voltar sempre inteira."(Cecília Meireles).
 
Agora eu digo: “Boa Noite Florzinha. Quem fala é sua Tia-Flor que mora em um planeta muito distante. Do outro lado da rua.”
 


terça-feira, 3 de agosto de 2010

coisas simples




...queremos notícia mais séria/sobre a descoberta da antimatéria/e suas implicações /na emancipação do homem ...
Cassia Eller
Gilberto Santarosa



Surpreendente são as coisas simples. Como naquele fim de tarde em que te vi cruzando a praça, linda, com as mãos nos bolsos das calças, de mochila de cor preta nas costas, tendo o vento a acariciar os seus cabelos enquanto caminhava. 

Naquele instante, nem o carro de som que tocava  “jingles” insuportavelmente altos dos candidatos as eleições; nem o transito; nem a velocidade do ônibus em que eu estava; nem janela entreaberta e nem os dois segundos que te vi, me fizeram deixar de sentir a sensação de liberdade que tive quando te vi passar entre o trafego caótico dos meus pensamentos.




terça-feira, 27 de julho de 2010

...e coisa e tal...





Dificil ajudar quem ser quer-bem (quem se gosta), quando na verdade você não pode fazer nada a não ser olhar e ouvir.

E talvez nem a propria pessoa em si consiga fazer nada a não ser dar tempo ao tempo. 

Então o que eu faço? 

Fico parado? 

Desisto?

Não, claro que não.

O bem-querer me deixa apereado pra fazer algo. 

Tento dividir as angustias, os anseios, as dificuldades, os tropeços...


Por isso, fico quietinho, me aproximo devagarzinho, chego de mansinho, rezo baixinho, para tudo dar certo, bem direitinho...

Eu planto pequenina semente em cada encontro. 

Penso incessantemente para aliviar a vida de quem se quer-bem. Mesmo correndo o risco de ser insistente, intrometido, chato, exagerado e coisa e tal.

Falo e faço estas coisas, por que na verdade não se tem muito da vida a não ser aquilo que se sente.

E qualquer sentimento, pessoa, fenômeno que te faça querer ser uma pessoa melhor, vale a pena.  Mesmo sendo uma florzinha muito da esperta e linda que vive em um planeta muito distante.

E só isso já te dá vontade de flutuar no espaço, sem nave espacial, sem máscara e sem ar...é..., totalmente sem ar... ;-)))



terça-feira, 20 de julho de 2010

...eu me chamo VOCÊ...



Quando sentir falta de ar, respire fundo, pois o ar só tem sentido em existir se é você quem o respira.

Se o caminho parecer escuro,  abra bem os olhos, pois a luz não tem motivo para iluminar se não for para ver as  janelas de sua alma.

Se sentir que a estrada é longa, caminhe mais adiante, pois o mundo para quando você desiste.

Se não ouvir nada, assobie uma melodia que você goste, pois a diferença entre o som e o silêncio vai ser dado por esta canção.

Não sei se você sabe quem sou eu. Sou quem esta sempre ao seu lado. As vezes, dentro de você. Alguns me chamam de consciência, os mais sensíveis de coração, outros de determinação ou qualquer coisa assim.

Na verdade saiba que eu me chamo VOCÊ.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Teus olhos





 “Teus olhos abrem pra mim
todos os encantos bons”
.
Marcelo Camelo


"Consigo ver em seus olhos além da delicadeza, sensibilidade, beleza, força, coragem... qualquer coisa que me faça criar um novo universo. Cheio de planetas, estrelas e galáxias. Único e vasto como este que conhecemos. Porém infinitamente mais lindo. Feito com o que de você que tem em mim. Tantos sonhos quanto à inspiração pode gerar”.

domingo, 13 de junho de 2010

As vezes sinto que te conheço desde sempre...



"Se tu amas uma flor que se acha numa estrela, é doce, de noite, olhar o céu. Todas as estrelas  estão floridas."
Pequeno Príncipe

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Dois pães com ovo, um suco de laranja, uma média e um bocado de saudade...


 
Lembro quando ainda jogava futebol no campinho "toca-da-raposa" lá perto casa. Como diriam "long, long, time..." Bons tempos aqueles. Tempos de revoadas de tanajuras, de lanternas feitas com vela e latas de leite em pó, de futebol descalço na chuva. 

Ainda lembro-me daquela menina que olhava da janela os meninos jogarem bola. 

O campinho ficava submerso nas chuvas de final de verão. O dia parecia ter 24 dias...e mais um por de sol anunciava o fim das férias escolares.

A menina na janela não me saia da memória. De olhos doces, cabelos lisos e compridos, de um sorriso que faria qualquer um de nós, meninos, virar herois, gladiadores, piratas ou lutadores de telequete ( este era o nome que davam as lutas livres na televisão). 

Àquela menina era ao mesmo tempo linda e enigmática. Só a viamos nos períodos de férias de final de ano. E foram só dois finais de ano. Ela passava este tempo na casa da avó. Uma senhorinha muito simpática, mas que se tranformava em um monstro quando a bola fugia para a sua casa em direção do telhado ou do jardim, meticusamente cuidado. 

Depois que a senhorinha se mudou... e não vi mais aquela menina. 

Quando a gente é moleque, a vida se mostra em sua forma mais intensa. Cada brincadeira se transforma em um mundo inteiro construido. Cheio de conquistas e lutas...quedas, sustos, choros e depois  o sorriso como se nada tivesse acontecido. 

Nossas brigas duravam o tempo da próxima brincadeira. Depois ficavamos amigos para sempre. Tempos de amores e juras eternas firmadas com chiclete ping pong, bala 7belo e pirulito Zorro.

E a menina que olhava os meninos jogando bola em pela chuva de verão no finalzinho da tarde, talvez, não existisse realmente. Quem sabe foi o resquicio de uma fantasia que a memoria se apossou como verdade. Mas a menina ficou na memória. Tão real quanto o brilho do sol que faz os olhos fecharem . Como o vento que refresca o calor.

Neste finalzinho  de tarde percebi que àquela menina da janela era real. E depois de muitos verões e chuvas e janelas...quando olho as janelas das meninas dos seus olhos, sinto que ela sempre esteve ai. Mais perto do que eu imaginava.

Continuo te olhando...a chuva cai intensamente...seguro a bola de futebol...e continuo olhando-te, para que o mundo inteiro seja do jeito que a gente sonhe...

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Por engano





Dia destes, mandei um sms por engano para um amigo e a história rendeu...
Duas horas depois este meu amigo me mandou um e-mail dizendo que sua namorada (minha amiga também) havia lido a mensagem eu não tinha gostado nada de ter visto aquilo no celular dele. A situação ficou mais complicada por não saber quem havia escrito.

Então ele me chamou para desenrolar esta confusão, já que quem havia começado a enrolar o fato fui eu.

Encontrei o casal em um bar. A namora foi logo me interrogando, repetindo, paulatinamente, cada palavra que escrevi, e era mais ou menos assim:

“Sabe qual é a minha primeira-grande sorte? Foi a de nascer na Terra. Imagina procurar entre [milhões] as estrelas do universo uma com o mesmo brilho no olhar que você. Bjs. Bom dia!”.

Não sei se por sorte ou por azar, não coloquei para a quem seria destinada a mensagem. Isso causou um certo mal estar, pelo menos por minha parte. Depois da leitura o clima estava muito estanho. Passaram-se alguns segundos de um silencio tenso e logo em seguida o casal caiu em gargalhadas na minha frente. E eu fiquei com aquela cara de “não sei se ria” ou ficava como estava, espantado.

Na verdade os dois quiseram tirar uma comigo.  Tudo foi meticulosamente armado para me deixar sem-graça. Confesso que no inicio foi assim mesmo que fiquei...rsrs

Começaram a me interrogar para saber para quem era aquela mensagem. Eu falei que foi para uma pessoa que valia a pena...insistiram...insistiram muito....

Não quis falar porque eu sei como são estes meus amigos...rsrs
Certamente procurariam saber quem seria a pessoa, idade, endereço, CPF, RG  e quem sabe ate fazer a mesma coisa que fizeram comigo.

E continuaram a perguntar.

Eu respirei fundo e disse de uma vez só...

“Essa mensagem foi para alguém que valer a pena escrever uma enciclopédia de palavras bonitas, só para ver o seu sorriso”.
Alguém que me faria trocar um oásis em pleno deserto por sua companhia.
Alguém que a maior certeza que me dá, é simplesmente, não ter mais certeza de nada quando ouço a sua voz."

Eles caminharam em minha direção e me abraçaram... o silêncio preencheu o resto.

Bom...acho que foi assim que aconteceu...quem não acredita que conte melhor...essa história...rsrsrs

sexta-feira, 23 de abril de 2010

No Front: Teimosia

Prolixo eu?!? Claro q nao. Estou mais p teimoso. Tento descrever aquilo q nem as palavras e muito menos o espaco d um scrap conseguem decifrar. Experimenta escrever sobre um cheiro bom q te faz lembrar d alguem q faz lembrar d um dia especial d uma situacao d uma musica...sao coisa q nao terminam...repercutem em minha teimosia.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

No front:




No front: Vc, às vezes, me deixa meio besta...rs...me tira de forma. Imagino algumas situações em k isso poderia ser um problema ou no mínimo algo inusitado. 

Se eu tivesse marchando em uma tropa, dentro do exato movimento de esquerda-direita...esquerda-direita... Se eu te visse, certamente sorriria procê e em seguida tropeçaria. 

Se em frente a um pelotão de fuzilamento, percebesse vc, eu levantaria aquela faixa branca e olharia pra vc de um olho só. E por movimento espontâneo sorriria e deixaria o ultimo cigarro escorregar pelo canto da boca. Os soldados me olhariam confusos quando vissem o meu sorriso bobo de orelha a orelha e titubeariam antes de puxar os gatilhos, mas isso não importaria  pq eu já teria visto o meu ultimo desejo.

Se eu estivesse "no front" e visse o seu sorriso na lembrança, dançaria, feito bobo, igual aquele soldado no  "Valsa com Bashir". 

E se no momento crucial de "desarme" de uma mina terrestre eu visse o sorriso de seus olhos por detrás da poeira do deserto e do véu que encobrisse o seu rosto, eu ficaria com um sorriso em transe e ao invés do fio vermelho, puxaria o laranja, o azul, o amarelo e voaria nos céus. Como na praia de Copacabana no reveillon ou naquelas velinhas de bolo de aniversário que se projetam no céu em milhões de fragmentos iluminados. Milhões de “si mesmos”.

E com a ajuda dos ventos e do tempo, formariam bocas e sorrisos bobos de fumaça e luzes. E eu ficaria assim, meio besta...

domingo, 11 de abril de 2010

Reverbera no ar...


Em alguns momentos, por alguns instantes, a vida adiquire uma dimensão de gravidade zero. Nao adiantando bater os bracos como asas ou tentar nadar em pleno espaço. Simplesmente nao dá para sair do lugar sem usar qualquer base ou apoio. E por mais que voce se debata, as coisas nao vao mudar. Vc fica inerte em movimento, eternamente...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Fragmentos de Sentido




Dia destes fui apresentado, por alguém muito especial, a uma exposição que tinha o vídeo como matéria-prima. Antes de dar  informações mais objetivas sobre a exposição, tentarei explicar o que é inexplicável, as sensações que tive. Quando perguntei o que teria em tal exposição, fui informado que não tinha o que explicar. Só que tinha sido uma experiência muito boa participar do evento. Fiquei encantado com o brilho no olhar quando falou que era uma exposição muito boa. Disse-me que: “Na vida, agente vê que algumas coisas são ruins e outras são boas. Esta é muito boa”.Entendi a linguagem subliminar do que havia me dito e resolvi participar da exposição. É isso mesmo, participar. Muito além da interatividade da gente tocar os objetos ou decidir o final de um filme, existia uma meta-interação ao participar do que era exposto. Brincar com sentidos e significados; luz e sombra; som e ruído; movimento e paralisia.
Depois do argumento utilizado fui participar do evento. Eu fui convencido (até parece que eu não iria) a entrar na fila. Foram aguardados uns dez minutos em frente a uma cúpula inflável. Parecida com aquelas piscinas de bolas para crianças. O que diferenciava era o formato de observatório astronômico e que a cúpula não era transparente igual às piscinas que as crianças adoram. Mas aguardando a minha vez eu me senti como criança esperando a vez de entrar em mais uma aventura. Fiquei mais ansioso por que tinha a possibilidade de eu não entrar sozinho.
A fila anda e na minha vez sou impedido de entrar, pois já tinha ultrapassado o limite de dez indivíduos por vez. Ainda não tinha sido daquela vez que eu entraria naquilo que era “muito bom”. Também fiquei meio triste, pois existia a possibilidade de participar sozinho da exposição. Eu não queria participar sozinho mesmo entrando com outros nove indivíduos. Porém entenderia muito bem se isso acontecesse. Afinal já estava a beira da rampa para saltar de asa delta. Só não teria ao lado quem me ensinou a voar.
Dez minutos passaram e entramos todos. Já não estava lá dentro sozinho. O clima do lugar era um pouco instigante e um bocado assustador; inesperado e excitante; um pouco disso e outro daquilo.
Ao meu lado tinha um par de olhos que olhavam (me desculpem o pleonasmo, mas este foi o melhor verbo que achei) para o céu que recebia a projeção de fragmentos de significados. Sempre acompanhados com algum som que casava com a imagem.
No inicio eram fragmentos de inicio de universos... brilhos, luz, explosão, estrelas, planetas...uma concha de retalhos da existência. Depois elementos, fogo, água, vento, nuvem...depois matéria viva, seres microscópios, células, bactérias...dois corpos, barrigas, braços, nucas...em seguida a junção de tudo isso. Corpos, luz, calor, frio, braço, sexo, seios, cabeça, lua, nuvens, estrelas. Em meio a uma profusão de sentidos e estilhaços de significados, que mais pareciam fragmentes de um espelho partido em milhões de constelações, o brilho das imagens refletidas em seus olhos me fazia mais sentido. Eu quase cheguei a entender para poder explicar o que eu havia visto naquele dia. E talvez, sem pretensão alguma, fosse compreendido se dissesse: “...amanhecer, sol, lua, mar...terra...”  e concordasse com a opinião ouvida anteriormente de que a exposição é muito boa.


Obs.: Alguns dizem que a arte imita a vida outros que a vida imita a arte. Eu digo que os dois são um só.

A exposição chama-se Roteiro Amarrado, uma retrospectiva do vídeo artista Eder Santos. E acontece até o dia 11 de Abril no CCBB do Rio de Janeiro. 

 
Maiores informações no site do CCBB:

http://www.bb.com.br/portalbb/home22,128,10151,0,0,1,1.bb?&codigoMenu=9887



quarta-feira, 10 de março de 2010

Tecendo elogios...



 
"Se em alguns momentos a arte imita a vida, em outros, a vida é imitada pela arte"
Jean Maciel


Logo demanhã, a caminho do trabalho, minha mente se enche de pensamentos.  O caminho que escolho me proporciona cores diferentes, pessoas fazendo sua atividades cotidianas, carros, Kombes e motos que vem e vão pelas ruas cheias de gente indo para o trabalho. Em um destes pensamentos me lembrei de uma história que um amigo havia me confessado quando estavamos em um bar.
Me dizia: 

"Eu fala  na cadência de um pelotão marchando, porém os meus pensamentos vertem poesia e literatura. No geral consigo me sair bem quando teço algum eleogio a alguem que realiza um sonho ou alguma mulher conhecida quando  se apresenta com uma roupa bonita. Porém naquele dia eu me superei...

 Ela passou por mim e foi como que se o dia amanhecesse de novo as tres horas de tarde. Estava linda! Eu só consegui dizer um 'Boa Tarde' e outras tres ou quatro palavras. Depois corri para os meu afazeres de urgência cotidiana. Fiquei pensando em por que não 'teci nenhum elogio' e recolheci que não era um bom tecelão para o tipo de tecido que os meus pensamentos queriam demostrar. Então a mesma mulher passou por mim novamente. Em uma destas coincidências questionas até pelo destino. E eu 'teci um quase elogio que tava mais para comentário de moda. 'Bonito o seu vestido...heim.' Caraca...o que eu falei...parecia que eu estava querendo comprar um pra mim também. E olha que nem era na perspectiva da moda. Logo eu, que algum dia vou acabar vindo para o trabalho de tennis com cores diferentes só para todo mundo ter certeza que de moda nada entendo.
Meu caro amigo...olha o que eu estava querendo dizer pra ela naquele dia. Anotai, pois não sei se vou conseguir de novo. Derrepente você até pode aproveitar para um livro que vc for escrever algum dia.

Eu diria assim:

 '- Puxa como você esta bonita hoje. Na verdade você não está bonita, você é linda. Um pouco mais a cada dia que te vejo. Chegará o dia que não encontrarei mais adjetivos para representar o quanto te acho linda. Neste dia eu já terei usado todos os adjetivos, superlativos, verbos, adverbios, a sintatica e a semantica que conheço. E não encontrarei nem palavra e nem idioma que falará o quando você está e é linda. E eu ficarei com uma cara assim de bobo, olhando pra você. Tentando esboçar sons, princípios de palavras indecifraveis. Então neste momento me renderei e te direi... amanhecer, sol, lua, mar...terra...estas coisa que levemente se comparam ao quanto te acho linda!"

Cara que coisa bacana, vc devia ter dito isso para ela. Até anotei isso. Quem sabe um dia eu tenho esta mesma oportunidade que vc teve e consiga ser um tecelão de elogios melhor que vc.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

"Puxa como o tempo passou!"



"Quando nasce uma Estrela o universo todo se modifica. Nunca mais será o mesmo. E todos os corpos celestes admiram o surgimento de um novo milagre".

Jean Maciel


O novo sempre nos modifica um pouco. Um novo dia, um novo amigo, um novo conhecimento, novas experiênicas e a novidade que abre os olhinhos ainda bebê e nos dá um sentimento "nunca d'antes sentido". Ou quem sabe esquecido há muito tempo. Nesse momento em que o tempo passou, embora muita coisa continua a mesma, sabemos lá no fundo do coração que tudo mudou radicalmente. Agora somos resposáveis por nossas vidas, por nossas escolhas. Ganhamos o nosso próprio dinheiro e compramos os nossos sonhos de consumo.

Somos senhores e senhoras de nossas vidas!

Mas até que ponto isso é verdade?

Quando o novo vem, mesmo que tenhamos esperado por ele boa parte de nossas vidas e mais nove meses, ele modifica tudo. Muda nossas perspectivas e nos dá outros sentidos para vida. Isso porque este fenômeno balança as prateleiras de nosso ser e modifica a ordem que colocamos em nossas vidas. Tira a mera ordem alfabética de nossos hábitos. E os sentimento que eram organizados em ABCD....agora, adiquirem uma outra ordem: SONHO, AMOR, NOVO, CARINHO, POSSIBILIDADES.

A insegurança e aquele sentimento de "Puxa como o tempo passou!" São naturais. Afinal você caminha agora por "mares nunca d'antes navegados'; por estrelas nunca d'antes visitadas e por caminhos que você nunca mais precisará trilhar sozinho, pois terá o NOVO ou a NOVIDADE (NOVA+IDADE) para te acompanhar.


terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Carnaval 2010 - Saquarema - R.J.



Flor de Janeiro

"Das coisas mais lindas que eu conheci, só reconheci suas cores belas quando eu te vi..."

domingo, 31 de janeiro de 2010

Divagando....

"A magia ou mágica da vida não esta nas coisas extraordinárias. Ela encontra-se no dia-a-dia, nas pequenas coisas, nos gestos, nas palavras, no olhar...(se você tem centenas de rosas no campo, qual delas será a especial?). Mas é dificil perceber isso quando o ir e vir não te deixa fixar os sentimentos. Quando cada palavra carrega um mundo de interpretações. Quando estar só e sentir-se só são coisas diferentes. Ser projeto de um mundo sem esperança não faz sentido."

"A vida é rio, não é represa. Ela corre em direção do mar, sempre. Mas porque, as vezes, insistimos em represa-la? Assim a vida transborda, alaga e afoga. Ate que não caiba mais em si. E quando vemos, é qualquer coisa diferente dela.
Sei que assim como um rio, a vida corre. Algumas vezes, caldalosamente, em outras, em correntesa, cachoeira e vira ribeirão, lagoa e mar...
Represar a vida é agir contra a natureza e contra a própria natureza.
A minha represa chama-se insegurança. Irônico uma represa ter esse nome..."

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Memórias de um morador de rua:



“Hoje acordei mais cedo e fui comprar pão, leite, queijo e manteiga para o seu café da manhã. Quando cheguei, você já tinha saído. Agora terei que esperar 300 anos ate você voltar. Até lá conseguirei juntar dinheiro para te comprar outro café da manhã.”

domingo, 10 de janeiro de 2010

Parassíntese de um dia en|solarado






“A poesia tem a capacidade de transformar a experiência humana e cotidiana em algo universal.”
Jean Maciel




    O fim de tarde daquele sábado estava in|suporta|vel|mente quente. Em meio a uma multidão de prefixações, sufixações, derivações e parassínteses, que latejavam em minha mente, estava, no fim da avenida, a sua condução. Ela estava partindo do ponto sem você. E como um lampejo do contraditório passou pelo campo neuro-lexico, o neologismo de “partirficando” de/com sua companhia. Embora o corpo corresse na ânsia de alcançar o coletivo. Parte minha queria que o condut|or não tivesse me visto. Corri com a contradição de chegar ou quem sabe encontrar uma pedrinha ou uma casca de banana que me impedisse de chegar ao meu objetivo final de parar a maquina que iria me privar de estar com você um pouco mais. Pensei dentro do meu querer, seria um tombo re|compess|a|dor, pois como premio, teria mais alguns minutos em sua companhia. Porém o tempo quente e a distancia de sua casa não eram nenhum pouco re|confortant|e|s para você. Antes de mim (desejo), você (bem estar).
   Corri o máximo que pude, sem tropeçar, e parei a sua carruagem de 47 lugares e com ar condicionado...
   Algumas coisas na vida, mesmo boas, deverem durar o tempo que precisam.   Naquela tarde sua companhia foi a passageira.
Aquele arrepio do espirro, um cafuné, o pulo corajoso de um trampolim, o abraço de um amigo saudoso, um beijo apaixonado ou a alegria de ver o seu nome escrito no jornal na seção aprovado no concurso devem durar o tempo que merecerem. Nem mais, nem menos. Apenas o tempo em que são vividos.