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domingo, 10 de janeiro de 2010

Parassíntese de um dia en|solarado






“A poesia tem a capacidade de transformar a experiência humana e cotidiana em algo universal.”
Jean Maciel




    O fim de tarde daquele sábado estava in|suporta|vel|mente quente. Em meio a uma multidão de prefixações, sufixações, derivações e parassínteses, que latejavam em minha mente, estava, no fim da avenida, a sua condução. Ela estava partindo do ponto sem você. E como um lampejo do contraditório passou pelo campo neuro-lexico, o neologismo de “partirficando” de/com sua companhia. Embora o corpo corresse na ânsia de alcançar o coletivo. Parte minha queria que o condut|or não tivesse me visto. Corri com a contradição de chegar ou quem sabe encontrar uma pedrinha ou uma casca de banana que me impedisse de chegar ao meu objetivo final de parar a maquina que iria me privar de estar com você um pouco mais. Pensei dentro do meu querer, seria um tombo re|compess|a|dor, pois como premio, teria mais alguns minutos em sua companhia. Porém o tempo quente e a distancia de sua casa não eram nenhum pouco re|confortant|e|s para você. Antes de mim (desejo), você (bem estar).
   Corri o máximo que pude, sem tropeçar, e parei a sua carruagem de 47 lugares e com ar condicionado...
   Algumas coisas na vida, mesmo boas, deverem durar o tempo que precisam.   Naquela tarde sua companhia foi a passageira.
Aquele arrepio do espirro, um cafuné, o pulo corajoso de um trampolim, o abraço de um amigo saudoso, um beijo apaixonado ou a alegria de ver o seu nome escrito no jornal na seção aprovado no concurso devem durar o tempo que merecerem. Nem mais, nem menos. Apenas o tempo em que são vividos.

2 comentários:

Francisco Valdean disse...

Belo, belo,!!!! Muito legal meu camarada.

Fiquei tentando imaginar o tombo que seria, seu o desejo do encontro com a pedra ou a casca se concretizasse. Rsrsrsr

Abos cara.

Jean disse...

Valdean, Valdean. Caro Valdean...rssr

Sabe que também imaginei o tombo. Seria o primeiro tombo na história que daria um premio maior do que se tivesse vencido a corrida...rsrss

Valeu mano pela contribuição. A sua determinação sempre me anima a continuar escrevendo nesta janela.

Abraços,