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sexta-feira, 27 de maio de 2011

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"Às vezes é melhor ir quando se deseja ficar. Em outros momentos é melhor ficar quando se deseja ir. Nunca sei quando é uma coisa ou outra. O que sei é que meu coração bate no presente aliado com as tramas do futuro. Quase tenho noção do que possa acontecer. E isso me amedronta. Sei que por mais triste que seja a noite, vem sempre a luz do outro dia. Minha alma não é assim... um minuto de pensamentos ruins dura uma eternidade." C.D. Moradora de rua. 39 anos, 7 filhos, 4 vivos.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Dalí: Eu e a Criatura

Dalí:

Queria compartilhar-te  um sonho ou um acontecido de outro dia.
Ia eu para um bairro aqui do Rio... de boemia.
Fui sozinho encontrar uns amigos... de alegria.
Bebemos a noite inteira, converça até o principiar do dia.
Eu, sozinho ainda, retorno ao ponto, para a rua vazia...
No ponto além de mim, outro bebado, mendigo, morador de rua.
Parecia que dormia, sonhava, jazia...
Sentado no chão, encostado na parede, morto: era o que parecia.
Eu de tão tonto, nem medo ou despreso sentia.
Sentei perto da criatura e eu também criatura seria.
Sem medo, sem peito, só agonia...
Duas e meia e a condução não aparecia.
Eu todo cheio de mim: trabalho, estudo, fantasia...

Me sentia dono de tudo, mas nada de importante eu tinha.
De repentino a voz rouca, sábia e mundana me dizia:
- Tu és covarde, egoísta, reparta com o mundo parte de sua poesia.
De olhos arregalados não acreditei no que ouvia.
Ele continuava e dizia: 

"Para ser livre por inteiro
É preciso destruir-se por completo."
Continuava sem entender tal conselho tão direto.
- Fui assim igual a você....
Me destruia um pouquinho a cada dia.
Sem dar a cara a tapa, esperando a minha vez da fila 
E vivendo da ilusão do dia-a-dia...
Só para não aceitar o caos que me dominava.
Então fui me destruindo aos poucos...
Vivendo amores impossíveis, criando metáforas para me tranquilizar,
Sempre acreditando que amanhã será melhor.
Mas o amanhã é uma instância no tempo que não existe.
O agora existe, este momento insólido que talvez te seja a unica coisa real.
Repito meu caro amigo, olhos de poeta vêem uma dor inventada
Que deveras existe.
É preciso destruir-se de uma vez,
Caso contrario, você torna-se-á eu no amanhã que não existe.
Se destrua de uma vez e reinvente-se a cada fim de você mesmo.
Passou tanto tempo construindo reinos, mundos e galáxias que descuidou do seu pequeno jardim.
Neste momento o ônibus passou por mim.
E a criatura se fez parede como se nunca tivesse existido.


"Para ser livre por inteiro
É preciso destruir-se por completo."









quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

B612: Dez mil girassóis...





Plantaram um girassol no gramado em frente ao prédio onde trabalho. Gosto muito de girassóis. Uma planta que consegue acompanhar o brilho do sol com o mesmo fascínio que  uma borboleta ou beija-flor se encanta pelas rosas, margaridas e jasmins...Sempre o admiro por isso.

No primeiro dia de plantado ele esta vá lá de rosto virado para o sol da manhã. No fim do expediente continuava olhando para o sol... e foi assim mesmo nos dois dias seguintes. Porém no terceiro dia, logo pela manhã, ao chegar ao trabalho, percebi que ele já não olhava para o céu em direção ao sol. Olhava meio cabisbaixo em direção à avenida em frente ao prédio. No fim  tarde deste mesmo dia,  ainda mais cabisbaixo olhava  em direção a porta de saída. Parecia-me que procurava alguém.

No quarto dia já olhava diretamente para o chão todo curvado. Aquele esplendoroso ser me deixava triste quando via o  todo cabisbaixo olhando para a grama crescer.  

Na semana seguinte, segunda-feira, já olhava inteiramente para a grama. Não levantava o rosto. Já não se importava com o sol. Foi quando senti a sua imensa solidão. Plantaram-no sozinho no gramado. Sem nenhuma flor para lhe fazer compania, pouco lhe importava a beleza do sol. Não tinha nada e nem ninguém para compartilhar o que sentia naqueles dias de verão.

Se pelo menos Ele olhasse para o céu viria algo diferente. Eu sei que Ela olha para Ele agora ou daqui a pouco. Ela ouve o barulho da avenida, e vai em direção à janela. A minha grande esperança é que Ele pare de olhar para o verde da grama e comece a olhar para Ela...para o alto do prédio...para o segundo Sol. 

A Flor trancada na sala fria, e que por detrás da janela de vidros espelhados Ela olha para Ele. E se Ele levantasse a cabeça e olhasse para o vidro da janela, perceberia o reflexo do sol. Um segundo sol. A luz de seus olhos que ilumina o meu coração e dez mil outros girassóis.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

B12: O segredo de seus olhos é a luz que projeta vida na dura existência do dia-a-dia. E quando vem acompanhado de seu sorriso é como a onda perfeita; a palavra certa na hora exata; é o acorde derradeiro e final da canção; e aquele bocadinho que faz tudo mais ter sentido.


Assim o tempo passa e nos tranforma e no dia de hoje, há alguns verões, ganhei um presente. Apesar te todos os caminhos e descaminhos...o teu riso, a tua alegria e o teu jeito de ser para que eu, em minha ilha, pudesse te conhecer.

Desejo tudo de bom proce Flor em mais um verão. Muitos sorrisos, suspiros, lagrimas de alegria, sorvetes de morango, cafunés, abraços apertados, beijos estalados, sussuros ao pé do ouvido e que seus sonhos sejam tão reais quanto o sol que esquenta e a brisa que refresca.