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domingo, 31 de janeiro de 2010

Divagando....

"A magia ou mágica da vida não esta nas coisas extraordinárias. Ela encontra-se no dia-a-dia, nas pequenas coisas, nos gestos, nas palavras, no olhar...(se você tem centenas de rosas no campo, qual delas será a especial?). Mas é dificil perceber isso quando o ir e vir não te deixa fixar os sentimentos. Quando cada palavra carrega um mundo de interpretações. Quando estar só e sentir-se só são coisas diferentes. Ser projeto de um mundo sem esperança não faz sentido."

"A vida é rio, não é represa. Ela corre em direção do mar, sempre. Mas porque, as vezes, insistimos em represa-la? Assim a vida transborda, alaga e afoga. Ate que não caiba mais em si. E quando vemos, é qualquer coisa diferente dela.
Sei que assim como um rio, a vida corre. Algumas vezes, caldalosamente, em outras, em correntesa, cachoeira e vira ribeirão, lagoa e mar...
Represar a vida é agir contra a natureza e contra a própria natureza.
A minha represa chama-se insegurança. Irônico uma represa ter esse nome..."

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Memórias de um morador de rua:



“Hoje acordei mais cedo e fui comprar pão, leite, queijo e manteiga para o seu café da manhã. Quando cheguei, você já tinha saído. Agora terei que esperar 300 anos ate você voltar. Até lá conseguirei juntar dinheiro para te comprar outro café da manhã.”

domingo, 10 de janeiro de 2010

Parassíntese de um dia en|solarado






“A poesia tem a capacidade de transformar a experiência humana e cotidiana em algo universal.”
Jean Maciel




    O fim de tarde daquele sábado estava in|suporta|vel|mente quente. Em meio a uma multidão de prefixações, sufixações, derivações e parassínteses, que latejavam em minha mente, estava, no fim da avenida, a sua condução. Ela estava partindo do ponto sem você. E como um lampejo do contraditório passou pelo campo neuro-lexico, o neologismo de “partirficando” de/com sua companhia. Embora o corpo corresse na ânsia de alcançar o coletivo. Parte minha queria que o condut|or não tivesse me visto. Corri com a contradição de chegar ou quem sabe encontrar uma pedrinha ou uma casca de banana que me impedisse de chegar ao meu objetivo final de parar a maquina que iria me privar de estar com você um pouco mais. Pensei dentro do meu querer, seria um tombo re|compess|a|dor, pois como premio, teria mais alguns minutos em sua companhia. Porém o tempo quente e a distancia de sua casa não eram nenhum pouco re|confortant|e|s para você. Antes de mim (desejo), você (bem estar).
   Corri o máximo que pude, sem tropeçar, e parei a sua carruagem de 47 lugares e com ar condicionado...
   Algumas coisas na vida, mesmo boas, deverem durar o tempo que precisam.   Naquela tarde sua companhia foi a passageira.
Aquele arrepio do espirro, um cafuné, o pulo corajoso de um trampolim, o abraço de um amigo saudoso, um beijo apaixonado ou a alegria de ver o seu nome escrito no jornal na seção aprovado no concurso devem durar o tempo que merecerem. Nem mais, nem menos. Apenas o tempo em que são vividos.