Anne Geddes |
“Saudade é um dos sentimentos mais urgentes que existem.”
(Clarice Lispector)
Que saudades que sinto da minha Florzinha.
Sementinha única e mais nova da minha Irmã-Flor.
Sinto falta das melodias com que ela me acordava. Às vezes o choro de fome, em outras vezes aquele risinho doce de Menina-Flor que preenchia todo espaço do meu despertar, e vez e outra, algumas palavrinhas indecifráveis que só o coração de mulher (mãe e irmã) conseguiam entender.
Esta saudade que sinto é como elástico preso ao coração. Quando estávamos juntas, eu a Menina-Flor e a Irmã-Flor sentia-nos relaxadas e completas.
Com a distância, a saudade puxa mais para perto, pois é no coração que ela mora. Parece que me falta um pedaço. Mesmo sabendo que somos completas. Mas a vida de flor não é fácil não. A difícil tarefa de perfumar o mundo e dar beleza aos olhos dos seres não revela que em algumas momentos estamos tão tristes e não nos sentimos tão belas. E mesmo assim aos olhos das abelhas, borboletas e beija-flores somos encantadoras. Ainda que suportando duas ou três lagartas em nossas folhas. Isso me faz pensar na Flor-Poetisa que disse certa vez: "Aprendi com a primavera; a deixar-me cortar e voltar sempre inteira."(Cecília Meireles).
Agora eu digo: “Boa Noite Florzinha. Quem fala é sua Tia-Flor que mora em um planeta muito distante. Do outro lado da rua.”
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